quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Gorreana, Tangerina e Erva-Príncipe para Londres

"Nos anos de 1930 a Regina lançou uma linha de chocolates com imagens da Costa do Sol, para vender o glamour do turismo em Portugal. Recuperados por Catarina Portas e a Imperial, vão estar em Londres, no mercado da revista Monocle, onde A Vida Portuguesa é uma das 15 lojas convidadas.

Catarina Portas partiu para Londres e levou na bagagem chocolates da Regina com imagens da Costa do Sol e xaropes de tangerina, erva-príncipe e chá verde Gorreana – os novos produtos que A Vida Portuguesa está a lançar vão representar a loja no mercado de Natal da revista Monocle.

O mercado realiza-se na Midori House (1 Dorset Street, Marylebourne), nos dias 1 e 2 de Dezembro (entre as 11 h e as 17h), na capital britânica – e A Vida Portuguesa está entre 15 lojas de todo o mundo convidadas pela Monocle, uma revista sobre estilo de vida, cidades, e o soft power dos países.

A loja está desde há bastante tempo entre as preferências da revista que, em 2009, distinguiu Catarina Portas como uma de 25 personalidades que mereciam “um palco maior”. O projecto foi também referido no número que a revista dedicou à Lusofonia, no qual defendia a ideia de que o português é “a nova língua do poder e dos negócios”.

Aproveitando a oportunidade de, durante um fim-de-semana, estar em Londres, Catarina Portas vai apresentar estes dois novos produtos. Os xaropes são três sabores diferentes que se somam aos que já existiam, de groselha e capilé." Alexandra Prado Coelho, P3, jornal Público.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Centochiodi

Mais um domingo de cinema no Bairro Italiano em que se torna o Teatro da Luz Soriano, já depois de amanhã. A partir das 20h00 serve-se um aperitivo com música, pela módica quantia de €6.00, e ganha-se direito a ver gratuitamente um filme it aliano contemporâneo, projectado a partir das 21h00. À semelhança da semana passada, o Quiosque de Refresco oferece duas entradas, basta aparecer e habilitar-se a ser um dos felizes contemplados. O filme exibido desta vez é "Centochiodi", o último realizado por Ermanno Olmi, onde se questiona o papel da literatura e da religião.

"Um jovem professor de filosofia das religiões na Universidade de Bolonha conduz as suas investigações numa antiga biblioteca cheia de manuscritos e textos teológicos. Uma estranha descoberta leva-o a abandonar tudo e a recomeçar uma nova vida nas tranquilas margens do rio Pó, onde renasce para uma sincera vida rural, até ao momento em que..." Mais informação aqui.

Lisboa Mistura

É à conversa com Kalaf que abre hoje no São Luiz o "Lisboa Mistura 2012", evento que desde 2005 vem pondo em foco a vivência e o intercâmbio das diferentes culturas presentes na capital portuguesa. Música, performances, documentários, debat es, tudo organizado pela Associação Sons da Lusofonia, para celebrar a interculturalidade lisboeta. O programa está todo aqui.

Programa que arranca com Kalaf, que estará às 19h00 no Jardim de Inverno do São Luiz para uma "Conversa Intercultural" a propósito da instalação multimédia "Domingo", da sua autoria, e que será apresentada às 20h00. "Viver bem poderia significar não estar preso a nada, a ninguém. Nem a pontos geográficos, nem àquilo que acreditamos não poder viver sem, para que se depure o gosto pelas coisas insignificantes mas que fazem sempre valer a pena o regresso."

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Que grande xarope!

"E não é só um: são três, os novos sabores do Quiosque de Refresco. Depois da Groselha (nome por que tratam carinhosamente Catarina Portas) e do Capilé (petit nom do seu sócio João Regal), agora os Quiosques de Refresco lançaram a tangerina, a erva-príncipe e o chá Gorreana. Três novos sabores, cada um com passagem para uma viagem: um pelas terras de Tânger (de onde no século XV partiram para Inglaterra "laranjas, pequeninas e muito doces" rapidamente batiz adas tanger+inas; outro pelo Sul da Índia, de onde um dia chegou a erva-príncipe que a seu bel-prazer se pôs a crescer por essa Europa fora; e o último pela ilha de S. Miguel, que a meio do Atlântico alberga a "mais antiga e muito rara plantação de chá europeia".

Os três xaropes acabaram de chegar aos Quiosques de Refresco, em Lisboa. No Largo de Camões, Príncipe Real, ou na Praça das Flores, já podem ser provados diluídos em água e servidos frescos (eventualmente com uma rodela de limão). também lá estão á venda as garrafas de 700ml, com rótulo onde o ilustrador Lapin se autorretrata sempre com um chapéu na cabeça.

Tal como o sabor a groselha e a capilé, também estes são xaropes sem corantes nem conservantes. E cada um tem o seu segredo: groselha também se usa como calda para gelados ou panquecas; tangerina em cocktails, doces ou carnes; e a erva-príncipe tem propriedades cardiotónicas, digestivas e antidepressivas. Verdadeiros xaropes que, daqui a nada, chegarão ao resto do País e mais além." Inês Rapazote, revista Visão.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Novos Xaropes

Os nossos clientes mais atentos já repararam que começámos a servir recentemente, como teste ao lançamento nacional em garrafa, três novos sabores de Xarope de Refresco, que vêm juntar-se aos casos de sucesso que a Groselha e o Capilé provaram ser. A família alarga-se mesmo a tempo do Natal, para fazer a delícia de várias gerações reunidas à volta da árvore como do quiosque, e é com o maior dos gostos que vos apresentamos os Xaropes de Tangerina, Erva Príncipe e Chá Verde Gorreana.

XAROPE DE CHÁ VERDE GORREANA | Desde o séc. XIX, cresce em pleno atlântico, na ilha de são miguel, a mais antiga e muito rara plantação de chá europeia. Graças ao clima caprichoso da ilha, o afamado chá verde da gorreana dispensa pesticidas, sendo riquíssimo em polifenóis, antioxidantes naturais. com as suas folhas elaborámos este xarope para preparar um estimulante chá gelado num ápice.

XAROPE DE ERVA PRÍNCIPE | Cresce a seu bel-prazer na Europa, a exótica erva-príncipe que um dia chegou ao sul da Índia. Com esta planta aromática, de propriedades cardiotónicas, digestivas e antidepressivas, preparámos um xarope de sabor muito fresco e alimonado para descobrir e não mais esquecer.

XAROPE DE TANGERINA | Conta-se que as primeiras destas laranjas, pequeninas e muito doces, oriundas da cidade marroquina de Tânger, foram baptizadas tangerinas à sua chegada a Inglaterra, em 1841. Portugal, aliás, gosta tanto deste fruto que o seu nome é sinónimo deste fruto em vários países. Abundante em antioxidantes naturais, este xarope de tangerina utiliza-se em sumos, cocktails e doces deliciosos.

Este Natal e fim de ano, como dizia o Eça, "e vai de refresco!"

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Encontro com o encenador

Hoje às 17h00, Jorge Silva Melo vem ao Quiosque de Refresco do Príncipe Real levantar o véu sobre a reposição da peça "A Farsa da Rua W", numa altura em que reabre o espaço da Politécnica, e revelar as forças motoras que continuam a impulsionar os Artistas Unidos. Venha juntar-se à conversa!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O creme dos dias

Quentinhas e cremosas, uma nova semana de sopas... Sempre acompanhada da deliciosa Broa de Milho. Bom apetite, todos os dias!

Segunda-feira: Abóbora com laranja | Terça-feira: Couve Flor com Hortelã | Quarta-feira: Ervilhas com Coentros | Quinta-feira: Feijão Branco com Repolho | Sexta-feira: Courgete com Queijo.

Foto de Bruno Simão.

domingo, 18 de novembro de 2012

O desassossego na televisão

"Um escritor sossegado que desassossegou quem passou por alguns quiosques e recebeu passagens do livro O Ano da Morte de Ricardo Reis." Na sexta-foira foi assim que comemorámos os 90 sobre o nascimento de José Saramago. Confira na reportagem da TVI, pelo minuto 35, como se ofereceram excertos da sua prosa, naquele que foi o primeiro Dia do Desassossego.

sábado, 17 de novembro de 2012

Bairro italiano

O Teatro do Bairro decidiu instituir o domingo como dia do cinema italiano e criou o "domenica al cinema", que funciona como cine-aperitivo. A partir das 20h00 serve-se um aperitivo, pela módica quantia de €6,00, e ganha-se direito a ver gr atuitamente um filme italiano contemporâneo, projectado a partir das 21h00. Este domingo o Quiosque de Refresco oferece duas entradas, basta aparecer e habilitar-se a ser um dos felizes contemplados. O filme exibido é "la Rabbia di Pasolini" de Giuseppe Bertolucci, uma hipótese de reconstrução do original (1963) de Pier Paolo Pasolini.

"Os cine jornais italianos Mondo Libero e os materiais recuperados na Checoslováquia, Inglaterra e União Soviética são para Pasolini o impulso para uma análise lírica e polémica dos fenómenos e dos conflitos sociais e políticos do mundo moderno, da Guerra Fria ao milagre económico." Mais informação aqui.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

No início do desassossego

Lisboa acordou num desassossego para celebrar Saramago. E nós também. Hoje, quem vem tomar café aos nossos quiosques leva um brinde literário: um excerto do livro de José Saramago "O Ano da Morte de Ricardo Reis". Aqui, o Príncipe Real e o Largo Camões pelos olhos da personagem principal. Comemoramos os 90 anos sobre o nascimento do nobel da literatura, é "Dia do Desassossego".

"El Largo (Luís de Camões) es un sitio FUNDAMENTAL en el Día del Desasosiego", entusiasmou-se Pilar del Rio quando lhe falámos do nosso interesse em integrar as comemorações dos 90 anos de José Saramago. "En esa plaza Ricado Reis y Marcenda se besan". E que os apaixonados de Lisboa voltem a beijar-se aqui hoje, é o que lhes desejamos.

A Dança de Strindberg

Últimas oportunidades para desfrutar de um Strindberg (com desconto especial de corrida para os nossos estimados clientes) hoje e amanhã no Teatro São Luiz às 21h00. "A Dança da Morte" é um texto clássico de uma actualidade notável.

"No princípio de tudo, e invertendo raciocínios, houve a vontade de trabalhar com Miguel Guilherme. Como se só depois do sim do actor o resto fizesse sentido e as outras escolhas também fossem naturais: Isabel Abreu para Alice e Sérgio Prai a para Kurt. Um triângulo claustrofóbico que o encenador transpõe para o palco como uma sala com grades onde normalmente estão paredes, e onde o único meio de comunicação para o exterior é um telégrafo e não um telefone, para impedir que outros escutem as conversas. É neste ambiente de desconfiança e paranóia que se desenrola o diálogo entre as três personagens, que só raramente estão juntas em palco. O triângulo só se fecha porque a relação se revela nos diálogos a dois. E a sua revelação é a destruição." Ana Dias Cordeiro, ípsilon

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Páginas tantas

"Aqui o mar acaba e a terra principia. Chove sobre a cidade pálida, as águas do rio correm turvas de barro, há cheia nas lezírias. Um barco escuro sobe o fluxo soturno, é o Highland Brigade que vem atracar ao cais de Alcântara." Assim descreve Ricardo Reis o regresso a "Lisboa, Lisbon, Lisbonne, Lissabon, quatro diferentes maneiras de enunciar, fora as intermédia e imprecisas, assim ficam os meninos a saber o que antes ignoravam". Saramago há-de levá-lo a percorrer as colinas da cidade e, páginas tantas, chegar ao Camões. E, como nos lembrou Pilar del Rio por estes dias, é "en esa plaza Ricado Reis y Marcenda se besan". Logo, esta praça e nós teríamos que nos associar à comemoração dos 90 anos que o escritor faria se fosse vivo. Amanhã, com o café vamos distribuir excertos deste livro, venham descobrir que linhas da fortuna vos calham em sorte.

O nobel da literatura português em capas de livro por esse mundo fora. Com que línguas se escreve "O Ano da Morte de Ricardo Reis"?

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Bela de Neve Borralheira

Nós até as conhecemos de sítios diferentes, que é como quem diz contos de fadas diferentes, mas o que aconteceria se a Branca de Neve, a Branca de Neve e a Gata Borralheira fossem uma mesma pessoa? Deve ter sido esta a questão a passar pela mente do encenador António Pires, e daí até pegar nos textos de Robert Walser, para os tornar carne e osso num mesmo corpo, foi um passo.

Daí resulta um novo/velho conto de fadas, com humor, poesia e melancolia, de onde as personagens da nossa pequenez emergem mais humanas no seu desencantamento e mais infantis nas suas contradições. Personagens mais divididas entre o amor e o ódio, entre o sonho e o real. Para ver no Teatro do Bairro (Rua Luz Soriano 63, Bairro Alto Lisboa), até 30 de Dezembro. De Quarta a sábado às 21h00, domingo às 17H00. A "Bela Adormecida" estreia hoje.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Passagens por um livro

"No dia 16 de novembro, quem visitar os Quiosques de Refresco poderá ler passagens de O Ano da Morte de Ricardo Reis, numa iniciativa que integra os 90 Anos de José Saramago, Dia do Desassossego, em colaboração com a Fundação José Saramago. A todos os visitantes destes espaços será oferecida uma passagem do livro, uma pequena frase da obra que liga Saramago a Pessoa e ambos a Lisboa." Mais informações aqui.

Para reconstruir Lisboa

"(...) o livro da minha vida é "O Ano da Morte de Ricardo Reis" porque me trouxe a Lisboa, porque me ofereceu um país, porque me ofereceu uma língua - não a falo, mas traduzo-a - e sobretudo porque me proporcionou viver com uma pessoa absolutamente admirável, José Saramago.(...)

quando o acabei decidi que tinha que vir a Lisboa, não tanto para conhecer o autor, mas a cidade que se descrevia (... estávamos no ano de 1986, era 14 de Junho, vim a Lisboa porque queria conhecer a cidade, que tinha encontrado no livro e que me parecia belíssima. (...)

José Donoso (o escritor chileno, e eu concordo com ele) escreveu assim mais tarde: se Lisboa e Dublin fossem destruídas, poderiam ser reconstruídas com o espírito que habita "Ulisses" de Joyce e "O Ano da Morte" de José Saramago."

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O menú da semana

São sopas, senhores, são sopas. Aqui fica então o menu para a semana: Segunda-feira: Grão com Espinafres | Terça-feira: Cenoura com Agrião | Quarta-feira: Cogumelos com Salsa e Aipo | Quinta-feira: Feijão Manteiga com Batata Doce | Sexta-feira: Alho Francês com Maçã. Acompanhadas de uma fatia de deliciosa broa de milho, todas elas em versão cremosa. Como um abraço que vem de dentro.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dos perigos de pensar o teatro

Os quiosqueiros já foram ver e recomendam a peça "Os Desastres do Amor", que a Cornucópia tem actualmente em cena. É de resto a última programada pela companhia, uma vez que os apoios para 2013 não estão garantidos - e logo, mais uma razão para irmos ao teatro, como forma de apoio às artes. O que só se torna um gosto ainda maior diante de um elenco notável, uma encenação audaz e um texto inteligente - que também é um puzzle bem montado de excertos de textos de Pierre de Marivaux, permeado por uma fina camada de ironia, qual fio condutor.

A Verdade, a Felicidade, o Amor, a Virtude e o Escrúpulo encontram-se num jogo que também envolve deuses do Olimpo e comuns mortais. Como quem procura o equilíbrio num limbo entre o bailarico popular e o hotel de luxo, como quem diverte e quem questiona. E isto continua a ser um perigo.

Teatro da Cornucópia: Rua Tenente Raúl Cascais, 1-A em Lisboa. De terça a sábado às 21h00 e domingo às 16h00, até 25 de Novembro.

"O Teatro da Cornucópia regressa ao tons de comédia com ‘Os Desastres do Amor’, espectáculo que Luís Miguel Cintra concebeu a partir de vários textos de Marivaux (1688-1763) e que se oferece ao espectador como um delicioso mergulho no mundo dos deuses, da luta entre o Bem e o Mal, do confronto entre as virtudes e os defeitos humanos. Mas este é também um espectáculo em que se repensa o amor e a fo rma como a moral vigente condiciona a felicidade individual." Ana Maria Ribeiro, in Correio da Manhã

"Costumamos ir à Cornucópia para ver espectáculos maximizados para a metafísica e podemos convencer-nos que, desta vez, temos uma festa de possibilidades em torno do tema doce do amor. Só que, bem vistas as coisas, sair dali a pensar que Cintra cumpre a sua palavra de nos falar de outra coisa que não seja a crise, será a crise da própria compreensão. Tudo aquilo que nos é dado a ver é a paisagem da crise antes da crise, sob a crise, fundamento da crise, a crise da nossa ligação ao mundo. A crise da autenticidade, que levará sempre à crise da cidade." Porfírio Silva, in Machina Speculatrix

"O que quer que seja que aí venha, para Luís Miguel Cintra, como para Marivaux no século XVII, importa ler, revelar, acreditar de novo num "delicado prazer de descobrir os meandros da alma humana, um tal prazer e tudo entender, que dá a volta, e volta a trazer ao teatro a alegria". (...)

Teatro de inconformado, portanto, mais do que inconformista, este Os Desastres do Amor. Peça feita de escolhos, de coisas que ficam, das representações pagãs de Pasolini, dos quadros com corpos assustados de Fragonard, com músicas que cruzam o sentimentalismo de Nino Rota com a anestesia da música brasileira. Peça feita com amigos porque "há ainda espaços de trabalho em que isso existe e muitos mais existiriam se a burocracia, que não sabe o que é a felicidade nem o prazer, não os fosse matando até morrer ela de vaidade, agarrada ao que não levará consigo". Peça feita para amigos, que é o que se chama a quem quiser recusar uma relação com o teatro igual à da televisão, "normalizada, banal, europeizada".

(...) Mas o que assalta Cintra, nesta peça que é um ponto da situação da "consequência do esvaziamento" que hoje vivemos, é o mesmo que levou Marivaux a estes textos tão perturbadores: "Nós, a quem o universo agitado desde há muito devia ter transmitido uma experiência tão vasta e tão profunda, que uso fizemos dessa prodigiosa colecção de ideias que, no seu entender, partilhámos por herança?"E, por isso, quando nos fala de Os Desastres do Amor, Cintra começa sempre as suas frases com intenções: "eu desejo", "eu procurei", "hoje, acho". Repare-se na última palavra usada por Cintra na peça: "Fuck." Como Kubrick, em De Olhos bem Fechados, coincidência dir-nos-á o encenador, como se a palavra, uma "marivaudage", ficasse entre grito de resistência e desabafo sentido. "Acredito que o futuro não será só barbárie. Mas a Cultura ajudará a que nós disso tenhamos consciência", escreve o encenador. Se isto não é um manifesto de uma alma nova, não andará longe." Tiago Bartolomeu Costa in Público

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Strindberg em Lisboa

"No outro dia li no jornal que um homem se tinha divorciado sete vezes e, consequentemente, se tinha casado também sete vezes. No final, quando já tinha noventa anos, foi a correr casar-se outra vez com a primeira mulher. É isto o amor. Nunca cheguei a perceber se a vida é uma coisa séria ou apenas uma farsa." August Strindberg in “Dança da Morte”

Dança da Morte fala-nos de nós, da crise do íntimo e do jogo perigoso que consiste em procurar no outro a culpa das nossas escolhas e falhanços individuais. Retrato diabólico e desolado da vida de um casal, fechado no espaço claustrofóbico de uma sala e isolado do mundo, fala-nos de identidade e de carácter, desse jogo infinito entre o medo e o desejo. Miguel Guilherme, Isabel Abreu e Sérgio Praia defrontam-se numa releitura intensamente realista e psicológica deste drama íntimo, um texto fundador da dramaturgia contemporânea que marca o regresso de Marco Martins ao palco do São Luiz.

De quarta a sábado às 21h00 e domingo às 17h30. Até 17 de Novembro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Abóbora laranja

Juramos que não é efeito secundário do "Halloween", porque o nosso amor pela abóbora é daquelas relações doces que duram o ano inteiro. Hoje, ela é a personagem principal do nosso creme, com uma pitada de laranja. Convosco, as sopas da semana...

Segunda-feira: Abóbora com Laranja | Terça-feira: Couve Flor com Hortelã | Quarta-feira: Ervilhas com Coentros | Quinta-feira: Feijão Branco com Repolho | Sexta-feira: Courgete com Queijo.

Foto gentilmente cedida por Monte do Laranjal.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Fortuna no teatro

Amor na vizinhança, pela vizinhança, para a vizinhança. Já em cena, até dia 25 de Novembro, OS DESASTRES DO AMOR Ou FORTUNA PALACE (uma adaptação e colagem de peças em um acto ou diálogos de Pierre de Marivaux), pelo Teatro da Cornucópia. De terça a sábado às 21h00 e domingo às 16h00.

"Felícia, uma viúva elegante e bem posta, madura e bem conservada, passa férias no Fortuna Palace, hotel de que é dona uma fada sua madrinha. Felícia quer ser feliz, honesta, e ao mesmo tempo encontrar o novo partido que resolva a sua situação económica. A madrinha, prepara-lhe uma lição dolorosa que lhe mostrará como é o mundo, coisa que ela parece desconhecer. Cruzar-se-á com o deus Amor e com várias personagens daquele micro-mundo de ricos e parasitas que brincam aos deuses do Olimpo. Chega a haver vítimas: a Modéstia e o pobre “escort” de luxo a quem chamam Apolo, deus das Artes são assassinados. Felícia aprende a resignar-se à desilusão. O amor não tem lugar naquele Fortuna Palace. É uma comédia que pareceria dos nossos dias se eles tivessem tempo e espaço para pensar nestas coisas."