“Os quiosques são um exemplo de equipamento urbano indissociável dos boulevards parisienses nas últimas três décadas do século XIX concebidos como “uma pequena boutique na via pública para venda de jornais, flores, tabaco e refrescos, tão ao estilo 1880.” Foram estas construções de madeira, ferro e alvenaria que algumas cidades portuguesas e em particular Lisboa adoptaram por volta de 1870. O primeiro pedido para instalação de um quiosque em lisboa data de 1867 e teve como requerente D. Tomás de Mello um dos pioneiros na publicidade em Portugal.
Na construção dos quiosques lisboetas, especializou-se a Casa J. Lino & Ca., fundada pelo pai de Raul Lino e dirigida posteriormente pelo próprio. A base é, em regra, em alvenaria; sobre a base assenta o balcão, de madeira ou mármore. O corpo do quiosque apresenta em todas as faces janelas que podem ser envidraçadas, com portinholas de madeira ou de ferro e taipas de correr; entre as janelas, as colunas podem ser artisticamente decoradas ou suportar publicidade. Por fim as cúpulas, com frequência em ferro trabalhadas artisticamente ao gosto Arte Nova.
O quiosque não é só um equipamento indissociável da urbanização e modernização das cidades, mas também do seu desenvolvimento comercial, da nova forma de publicitar, distribuir e vender os produtos (do tabaco aos jornais, do café aos vinhos licorosos), enfim, símbolo marcante de uma mudança societal que enquadra o desenvolvimento disciplinar no design em Portugal.”
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