A revista culinária suíça Saisonküche dedicou nove páginas ao projecto que “começou uma tendência em Lisboa”, trazendo de volta os quiosques, “os refrescos quase esquecidos” e tantas “iguarias tradicionais”. Quis saber a receita do pastel de nata ou do de massa tenra, deliciou-se com a orchata, a ginjinha e as histórias dos quiosqueiros. Espantou-se ao ver como Mariana (do quiosque da “pitoresca Praça de São Paulo”) reconhece a clientela e se antecipa a tirar o café para aquela senhora de mini-saia, que passa todos os dias à mesma hora (“até dava para acertar o relógio por ela”). Gostou de saber que o xarope de limão para a limonada “é elaborado exclusivamente a partir de ingredientes naturais e com frutos maduros, o que lhe dá o velho sabor caseiro”. Afinal, “pesquisámos bibliotecas e arquivos, à procura das receitas originais", explica Catarina Portas.
“Todos os dias, uma bonita Ape de três rodas gira incansavelmente entre a cozinha e os quiosques, que abastece constantemente de produtos frescos. "Finalmente, há em Lisboa estes lugares onde se pode fazer uma refeição rápida por pouco dinheiro", disse Rosa, uma estudante de medicina que passa quase todos os dias no quiosque roxo na Praça das Flores, "aqui não há junk food, é tudo bom."
“Comprámos no ano passado o vermelho centenário à família proprietária, que entrou em contacto connosco, porque se queria certificar de que o quiosque ficava em boas mãos ", explica Catarina Portas. O nome da família, Castanheira, continua inscrito em letras grandes na fachada, e com quase 80 anos de idade, a ex-proprietária volta regularmente para um copo de ginginha. "O quiosque amarelo foi encontrado num armazém desmontado em peças. Foi restaurado e agora está no bairro de Alfama, logo abaixo da Sé catedral. "Nunca tinha havido um quiosque ali antes” admite Catarina "mas não se encaixa bem em frente da catedral?” De facto, já há quem acredite que ele sempre ali esteve.”
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