quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Antes e depois


"Agora até me custa lembrar que houve um tempo em que os Quiosques de Refresco não existiam. Um ano depois de aparecerem já não podiamos passar sem eles." Um obrigado sentido à Inês Nogueira. É isto que nos faz trabalhar.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Capilé-espumante

Outra ideia para um cocktail-que-também-é-um-charme: coloque uma porção de xarope de capilé no fundo de um copo de champanhe, encha com um espumante bem fresquinho (ajuste as medidas a gosto) e guarneça com uma rodela de limão ou um pezinho de hortelã. Faz um vistaço e é delicioso como aperitivo nestes fins-de-tarde pachorrentos de Agosto.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cocktails com Xarope

Delicia-nos saber que há muito quem prepare óptimos cocktails com os nossos xaropes. Esta contribuição chega-nos do Algarve, da Alexandra Melo: "Acabei de inventar um cocktail muito marafado!!! Xarope de groselha, do melhor (Quiosque de Refresco, claro!) e 1920. A mistura do melhor e do pior é do melhor! Muito gelo... Já está!" E a sua, qual é?!...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um mundo de refresco

Benvindos ao mundo de Catarina Portas. Foi aprendiza de chapeleira, trabalhou em rádios, revistas, jornais e televisões. Mas se alguma coisa a define é a vontade de pesquisar, de saber mais sobre as coisas.

"O grande luxo é pensar numa coisa e conseguir realizá-la. Isso é que é incrível. Eu sempre tive muitas ideias, digamos que o meu desporto favorito sempre foi ter ideias, mas eu não sabia que as conseguia realizar. E, de repente, um mundo inteiro abriu-se à minha frente."

Foi assim também com o projecto dos quiosques: olhar para estas estruturas negligenciadas e ver abrir-se um mundo de refresco. É na observação e na pesquisa que se encontram as ideias. os quisques nasceram de andar na rua em Lisboa (eu não guio, caminho imenso) e interessar-me-ia imenso como lisboeta ver recuperados estes quiosques antigos centenários, que eram tão bonitos e estavam fechados, a desfazerem-se (...)

"Fomos buscar receitas antigas que adaptámos, fomos buscar as estruturas antigas. E quando percebemos que só podiamos usar louça descartável, aquilo que fizemos foi pesquisar e acho que fomos os primeiros em Portugal a usar estes copos que parecem plástico mas não são, são PLA (que é amido de milho) e são totalmente biodegradáveis."

Entrevista de Enrique Pinto-Coelho, para ver e ouvir na íntegra em Dinheiro Vivo.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um manifesto pelo comércio delicado

Ser consumidor e ser cidadão são actos absolutamente compatíveis. Eu acredito que consumir é, aliás, um acto político que praticamos todos os dias. Aquilo que compramos, a quem escolhemos dar o nosso dinheiro, faz mover o mundo. Isto quer dizer que todos temos o pequeno poder de fazer mover o mundo na direcção que queremos, sempre que vamos ao supermercado, por exemplo. Não esqueçamos Gandhi que na sua luta contra os ingleses lançou o movimento swadeshi que promovia, entre outras coisas, a produção e comercialização do algodão indiano em detrimento do algodão importado da potência colonial. Resta-nos saber como queremos que o mundo e mais precisamente o país sejam.

Nas últimas décadas, a massificação tomou conta do comércio. As mesmas lojas e os mesmos produtos em todo lado, sejam marcas de luxo, cadeias internacionais ou franchisings ao metro. Centros comerciais sempre maiores, cercando as cidades e asfixiando o comércio dos centros urbanos, fingindo ruas de luz artificial e promovendo o automóvel como se não existisse amanhã. Grande distribuição cada vez mais extensa e tentacular, açambarcando mais áreas e até nichos de mercado, os grupos empresariais que as detêm cada vez mais fortes e poderosos e, sobretudo, mais omnipotentes e despóticos a vergar e a eliminar quem produz. E sem contemplações com a produção nacional ou sustentável, longe da Av. da Liberdade decorada com fardos de palha para entreter o povo. Será assim que queremos viver? E será assim que poderemos sobreviver, como país?

Eu acredito que existe uma alternativa.

Acredito que um novo comércio não só é possível como indispensável. E que esse novo comércio pode mudar o nosso dia a dia e os lugares onde vivemos, torná-los mais ricos, mais curiosos, mais belos, mais saborosos, mais sentidos, mais prósperos e mais justos.
Um novo comércio que atende ao saber e também ao saber fazer, valoriza a manufactura, admite a pequena escala, prefere a qualidade, aprecia a tradição e admira a perfeição.
Um novo comércio que vê nos seus fornecedores parceiros, que os considera e os entusiasma, que negoceia justo e com eles constrói uma relação duradoura e de confiança pois compreende que trabalhamos juntos para benefício mútuo e pelo bem comum.
Um novo comércio que quer partilhar com o seu público um produto mas também uma história, uma identidade, uma experiência única e diferente que nos enriquece a vida.
Um novo comércio que se sente parte do seu local e e da sua comunidade e por isso, sempre que a opção se apresenta prefere o que é português e o mais local possível, evitando custos ambientais de transporte, porque também se sente parte do mundo.
Um novo comércio que acredita que se pode comprar menos e melhor, opta por mercadoria útil e durável e sabe que valorizar um produto é a melhor forma de impedir o desperdício.

Um novo comércio que abraça causas sem medo porque é livre e para quem a mais excitante das obrigações é o dever de contribuir para melhorar o nosso mundo – e isso começa em nós.

Um novo comércio que tem o atrevimento de pensar que pode regenerar centros históricos desfalecidos e reiventar lugares esquecidos, se empenha em preservar o património com escrúpulo e desvelo e é capaz de provar que isso é rentável.
Um novo comércio que respeita o seu cliente, empenhando-se num serviço atento, oferecendo conhecimento e propondo preços justos.
Um novo comércio que acredita na capacidade de produção e na qualidade nacionais por princípio, estimulando uma e outra, porque sem isso não há país que sobreviva - como o momento presente demonstra de forma eloquente.

Um novo comércio que acredita em Portugal também porque percebe o potencial extraordinário da produção delicada nacional, seja na faiança, nos sabonetes, nos vinhos, nos azeites ou na flor de sal, para citar apenas casos óbvios.
Um novo comércio que não tem a obsessão de se multiplicar para se tornar omnipresente, antes prefere criar redes, nacionais e internacionais, com parceiros semelhantes reforçando assim os nichos de mercado em que opera numa escala global.
Um novo comércio que acredita que olhar para trás também é uma forma de ver o futuro e que a modernidade tem a ver com a atitude e o olhar e não forçosamente com a novidade.
A esse novo comércio somos já vários a chamar o comércio delicado. E a provar que ele é não só possível como economicamente viável. Com os pés muito bem assentes na realidade mas sim, com o idealismo à solta, livre como um bando de andorinhas.

Notas finais:

Com um agradecimento especial ao Francisco Palma Dias, poeta inventor da expressão “Comércio delicado” que tão bem exemplifica na Companhia das Culturas, turismo com causa em Castro Marim.

Catarina Portas é empresária, tendo lançado as lojas A Vida Portuguesa, especializadas nas marcas antigas portuguesas e os Quiosques de Refresco, em Lisboa, quiosques centenários que recuperaram as bebidas tradicionais lisboetas.

Diário Económico. Hoje.