sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Desenhar Lisboa



Amanhã é dia de Encontro de Diários Gráficos em Lisboa, organizado pelos Urban Sketchers. O ponto de encontro é o Elevador de Santa Justa, às 15h00, de onde os talentos reunidos seguem para o Elevador de Santa Justa e depois para a Baixa. Já sabem, se quiserem passar pelo Quiosque do Camões, teremos muito gosto em recebê-los... Há quiosques que apetece mesmo desenhar!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Da farmácia para o mundo



A Flash! desta semana traz uma selecção de coisas que estão "Sempre na Moda". "A tradição ainda é o que era em pequenos prazeres, peças de arte, roupa... Coisas que adoramos, que se reinventam no tempo". Como as lojas tradicionais, os pastéis de nata ou as "bebidas só nossas" como o Licor Beirão.

"Um belo exemplo do que é recuperar uma marca numa área de mercado cada vez mais competitiva, com o lançamento do "caipirão". O famoso licor que "só" tem nome há 70 anos, começou a ser fabricado, há mais de um século, numa farmácia da Lousã."

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A essência das sopas


Chegou aos quiosques a questão de uma cliente relacionada com alergias a aditivos que podem ser utilizados em sopas. E, como não estamos cá para enganar ninguém, esclarecemos que algumas das nossas sopas contêm de facto um cheirinho (e é só mesmo um cheirinho) de caldo knorr de legumes. A pensar no melhor interesse e de quantos possam sofrer destas alergias, aqui fica uma lista das nossas sopas que NÃO o incluem na sua preparação: Alho Francês, Bróculos, Cogumelos, Espinafres e Feijão Branco.


As de Alho Francês e Cogumelos levam um molho bechamel inteiramente preparado por nós, incluindo manteiga. Mas todas, mesmo todas as outras são preparadas à base de azeite e dos mais frescos produtos hortícolas nacionais. Com a pimenta e o sal, que também ajudam a dar sabor à vida.


E, por falar em sopas, aqui fica o cardápio para os próximos dias. Segunda: Alho Francês. Terça: Feijão Verde. Quarta: Cogumelos. Quinta: Ervilhas. Sexta: Abóbora. Bom apetite e boa semana!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Os copos novos...



... em primeiríssima mão. Com a inscrição: "Este não é um copo vulgar. Feito de amido de milho. COLOQUE-O NO LIXO ORGÂNICO para que, em compostagem, desapareça ao fim de 180 dias. Todos agradecemos." Assim se junta o útil ao agradável nos Quiosque de Refresco. Para desfrutar, de consciência tranquila...

Por incrível que possa parecer, estes copos são produzidos a partir de amido de milho e trigo, fontes renováveis por natureza. O resultado é um bioplástico chamado PLA cuja produção gera menos gases e que é completamente biodegradável. O ciclo de vida do produto pode ser verificado aqui. Parte da natureza e volta à natureza. Faz sentido.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Verdes que se querem verdes


Os quiosques estão mais verdes. Com a separação do lixo em caixotes dedicados, que já se encontram no Camões, nas Flores e que não tardam a chegar ao Príncipe Real. Para o efeito contamos com a ajuda dos nossos clientes na separação: em orgânico, papel e plástico.

No plástico colocamos, por exemplo, os copos da ginja e as garrafas de água vazias. No papel, os copos de papel (em que servimos as bebidas quentes e as sopas) e afins. E no orgânico os restos de comida e os copos, tampas e palhinhas que podem parecer de plástico mas são, na verdade, de PLA, amido de milho biodedagrável (180 dias em compostagem). Vêm da Vegware e, tanto quanto é do nosso conhecimento, ainda somos os únicos a utilizá-los em Portugal. A próxima remessa, que chegará por estes dias, virá com o nosso logotipo e uma explicação impressa nos copos - serão ainda mais bonitos!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Namorar é aqui



Esqueça as flores e os chocolates. Diga-lhe o quanto gosta com um leite perfumado quente ou uns rebuçados de ovo de Portalegre. Ou peça-nos um palpite para surpreender a sua cara metade. Não há melhor sítio para namorar do que aqui, nos quiosques. Hoje, amanhã e sempre... Felizes dias dos namorados!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

A equipa dos quiosques


Aqui nos apresentamos oficialmente, numa fotografia tirada depois do jantar de Natal de muito boa memória. Na fila de trás, da esquerda para a direita somos: João Regal, Nuno Vicente, Bruno André, Lucie Cabrita, Ricardo Santeodoro, André Tasso, Rui Neto, Marco Pires e André Bandeira. E em baixo, ainda no mesmo sentido: Marisa Cardoso, Margarida Alfacinha, Inês Pintassilgo, Filipe Polido, Filipe Alves, Inês Eva e Ezequiel Ferreira.
Faltam na imagem: Eufrosina Lima, João Nogueira, Vicência Carvalho, Maria Nogueira, Ana Duarte, Luisa Marques, Mafalda Lopes. E a Catarina Portas, que estava do outro lado da câmara. Já sabem onde nos encontrar todos os dias. Uma equipa sempre ao vosso dispor...

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sopa do dia. Todos os dias...



Feijão verde, da cor da esperança. Esperança em dias mais quentes e solarengos que nos permitam tirar o máximo partido das nossas esplanadas... Mas dizíamos que é o feijão verde que brilha hoje nos copos quentinhos que servimos à hora do almoço ou a qualquer outra em que a fome apertar. E aqui desvendamos já os protagonistas dos cremes dos próximos dias...

Amanhã: Ervilhas
Quinta: Abóbora
Sexta: Grão com Espinafres

O preço é sempre o mesmo, €1,50. E inclui uma fatia de uma maravilhosa Broa de Milho que nos chega todos os dias, fresquinha e amarelíssima como só podia, do Cadaval. Bom apetite!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Os novos "bóias" de Lisboa

Abrem esta semana três quiosques antigos concessionados a Catarina Portas, especializados na venda de refrescos. Até Outubro deverão ser 30 a dar nova vida a Lisboa. Texto de Gonçalo Frota. Fotografias de José Sérgio.

"Proponho que se officie ao governo de Sua Majestade, dizendo que a camara approva a collocação dos 'kioskos' propostos pelo sr. Dom Thomaz de mello, como uma cousa util e, até certo ponto, como um meio de embellesamento". Assim era acolhida em 1867 nas actas da Assembleia Municipal de Lisboa a proposta de Thomaz de mello de uma importação francesa - ainda que a palavra quiosque provenha do turco e sejam óbvias as influências árabes - com vista a ocupar o espaço público para a venda de refrescos e outras bebidas.A deixa foi recolhida 140 anos depois por Catarina Portas e recuperada para o projecto com que venceu o concurso para a concessão de três moribundos e/ou desaparecidos quiosques lisboetas. Assim, a 8 de Abril, a Praça de Camões, o Príncipe real (onde já existe um outro quiosque) e a Praça das Flores passarão a vender refrescos tipicamente lisboetas em quiosques completamente restaurados e de cara lavada.

Não é que se tratasse de um sonho de criança de Catarina, nem de uma febril paixão de adolescência adiada em sofrimento. Mas sempre à cata de ideias novas com que se entreter a pesquisar noites a fio no arquivo fotográfico da sua cidade e posteriormente dar-lhes forma - "é o meu desporto favorito", reconhece -, um belo dia olhou para os quiosques não como uma peça da paisagem urbana natural para quem cresceu em Lisboa, mas percebendo que havia por ali um potencial desperdiçado. A ideia deixou-a em banho-maria numa gaveta do cérebro e só quando soube da hasta pública para a concessão dos três quiosques a foi lá procurar. Comprou os poucos livros sobre o assunto e aprofundou a pesquisa. Essa aturada pesquisa sobre os quiosques conduziu a jornalista e empresária à designação Quiosque de Refresco para a aventura - que vai empregar 22 pessoas fardadas pelo estilista Filipe Faísca -, empreendida com João Regal, sócio-gerente da loja gourmet Deli Delux. E ofereceu-lhe ainda a frase-mote para os três novos estabelecimentos nas páginas de O Conde de Abranhos, de Eça de Queirós. Se no manuscrito de Eça se lia antes a fala do comendador Amado "Pois venha de lá a orchata. Vai de refresco" como um convite à prova de uma série de sabores esquecidos.

Nem de propósito, uma das bebidas disponíveis será a orchata, partilhando prateleiras com sumos de fruta, limonada, groselha, capilé ou mazagran, refresco de café, chá gelado ou leite perfumado - tudo receitas pesquisadas para respeitarem a tradição. A teoria de Catarina é simples: "Acho que as pessoas já estão um bocadinho fartas das bebidas engarrafadas, cheias de Es (emulsionantes)". A ideia passa, assim, pela recusa de bebidas artificiais e por um cardápio de bebidas frescas preparadas no dia de acordo com os xaropes desenvolvidos por Daniel Roldão, o fazedor dos rebuçados de ovo de Portalegre. Com um sorriso travesso, Catarina 'queixa-se' das "muitas provas ao longo dos últimos meses". Quem não concebe a vida ao ar livre sem uma cerveja na mão terá de rumar para outras paragens. Mas nem por isso as bebidas alcoólicas estão interditas, desde que sejam as tradicionais portuguesas - como a ginginha, o vinho do Porto, o moscatel, a amêndoa amarga ou o licor Beirão -, as únicas permitidas pelo contrato de exploração do espaço (três anos, renovável por mais dois). "Temos consciência de que se servíssemos cerveja não conseguiríamos impor os refrescos", justifica Catarina. "Vamos tentar viver sem essa oferta e apresentar alternativas. Há bebidas alcoólicas mas acreditamos que há outros sabores importantes por descobrir. E espero que possamos contribuir para que haja um ambiente mais simpático na Praça de Camões."

Nos últimos três anos, acredita, o ambiente daquela que é a porta inevitável para a noite do Bairro Alto tornou-se pesado. À parca luz que incide sobre a zona pretende agora contrapor "um quiosque que será um elemento iluminado, com um ar alegre e gracioso" entre as 07h30 e a 01h - no Príncipe Real e na Praça das Flores o encerramento far-se-á à meia-noite. A intenção é resgatar alguma vida para a Lisboa a céu aberto, "onde as pessoas podem encontrar-se, ficar a conversar, e não ser apenas um local de passagem". A mesma vida que no final do século XIX palpitava - por vezes até demais - à volta do 'bóia', o primeiro a inscrever-se no quotidiano da cidade.

O 'bóia'.Aberto em 1869, o primeiro quiosque lisboeta foi baptizado oficialmente como Elegante mas o povo preferiu chamar-lhe 'bóia'. "Uma bóia de salvação para se refrescar, se revigorar, ganhar tempo para respirar" chama-lhe Claudie Bony no livro Uma História de Quiosques. O 'bóia' rapidamente se tornou um lugar de peregrinação obrigatório e ponto de encontro de intelectuais, agitadores e sindicalistas, ganhando depois má fama enquanto poiso dos libertários. Em 1913, o quiosque situado no Rossio foi destruído por populares que o incendiaram num momento descontrolado de um cortejo durante as festas da cidade. Nessa altura, e já antes em 1990, os quiosques haviam-se popularizado e multiplicado por Lisboa fora. Só na praça de Camões, onde agora vai estar a 'jóia da coroa' do investimento de Catarina Portas e João Regal (maior beneficiário dos 60 mil euros gastos na recuperação dos equipamentos) existiam cinco, dedicados à venda de refrescos ou de jornais.

O quiosque do Camões foi o único a levantar alguma polémica, por ter sido transferido do Jardim das Amoreiras. O vereador da Câmara José Sá Fernandes explicou ao SOL que "não era original daquele espaço e estava abandonado desde 2007, bastante degradado, e como tal teve de ser recuperado". Não cumpria ainda com a actual legislação de restauração (sem casa de banho na proximidade) pelo que o Jardim das Amoreiras receberá entretanto "um novo quiosque, maior, com possibilidade de servir refeições ligeiras e com casa de banho". A abertura dos três novos quiosques de Catarina Portas é parte de uma operação da Câmara de Lisboa que pretende reabilitar e devolver à cidade cerca de 30 equipamentos do género e que, diz Sá Fernandes, "deverão estar a funcionar entre Abril e Outubro, à medida que os concursos de atribuição de concessão forem sendo lançados". O mais recente concurso, lançado esta semana, tem por objectivo atribuir a um mesmo concessionário a exploração de seis quiosques na Avenida da Liberdade, dedicados à venda de chocolates, chás, frutos, sumos naturais, petiscos, fornecendo ainda internet sem fios gratuita.

O primeiro quiosque desta acção da Cãmara, localizado no miradouro de S. Pedro de Alcântara, está nas mãos de Manuel Fernandes, proprietário do restaurante O Madeirense. pertence ao grupo dos quiosques contemporâneos (os novos, por oposição aos recuperados olisipos) e foi inaugurado em Julho de 2008. Na altura, Catarina Portas soube do concurso para aquele local mas não se entusiasmou. "Soube que iam pôr um quiosque novo no miradouro - mas nem lhe chamo um quiosque, chamo-lhe pavilhão, porque tem casas de bnho, armazéns, mesas lá dentro. Não era essa a minha ideia." O que interessava a Catarina era "recuperar aqueles que estavam ao deus dará, fechados, a apodrecer". No fundo, "tornar interessante uma coisa que estava condenada".

Agora, Catarina e João estão na expectativa daquilo que a Câmara tem reservado para os próximos meses. A vontade de alargar a rede que inaugurará daqui por uma semana é intocável. Mas só depois de se assegurarem que há quiosques antigos a entrar em concurso público é que a dupla ponderará nova candidatura. Até porque, esclarece o vereador, a maioria destes quiosques com vocação de "estabelecimentos de bebidas, com serviço de bar, cafetaria e pastelaria" é nova.

O negócio da nostalgia. Olhar para o passado e descobrir aí um futuro não é grande novidade na vida de Catarina Portas. Responsável pela loja A Vida Portuguesa - especializada em produtos tradicionais portugueses - identifica no destinatário comum à loja e ao projecto dos quiosques o segredo do sucesso. "Fiz a loja para os portugueses, não para os estrangeiros", explica. E com os quiosques adoptou a mesma lógica aplicada na loja a escassos metros da Praça de Camões, ao invés de apresentar um projecto virado para os turistas, "como os outros projectos".

Tudo começou há cerca de 15 anos, ao produzir um shopping para a revista Marie Claire inspirado no livro A causa das Coisas, de Miguel Esteves Cardoso. recentemente, lembrou-se de voltar à ideia ao pensar num livro sobre "a vida quotidiana em Portugal ao longo do século XX, nomeadamente no regime salazarista". Pareceu-lhe divertido reconstituir uma despensa de época, mas quando começou à procura dos produtos que conhecia da anterior experiência percebeu que estavam à beira da extinção. E não pôde ficar de braços cruzados. "Como fomos um mercado muito fechado durante anos algumas destas marcas não mudaram de packaging desde os anos 30 ou 40 e isso era muito exótico, sobretudo nesta época em que o design está sobrevalorizado". Assim, Catarina 'retirou' os produtos das drogarias e das mercearias, deu-lhes uma nova apresentação e passou a vendê-los ao mesmo tempo que vendia uma ideia de passado.

Não se definindo propriamente como empresária da nostalgia, Catarina prefere sustentar que "aquilo que existe e é bom só deve ser destruído se for para fazer emlhor". "Gostamos sempre mais de construir do que de conservar aquilo que temos. E é um bocado contra isso que luto em todo o lado". E como não consegue ficar parada, levou já a luta para outras paragens ao juntar-se a uma série de pessoas - entre as quais a artista Joana Vasconcelos e Bárbara Coutinho, do Museu do Design - e pôr em curso uma série de ideias a aplicar à ameaçada fábrica de cerâmica Rafael Bordalo Pinheiro. Para breve, mais novidades sobre como reviver o passado em Portugal." Tabu. 4 de Abril 2009.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

... depois vieram as sopas!





Nestes dias frios e cinzentos, o Quiosque de Refresco aposta nas bebidas quentes. Como o vinho com travo de especiarias e um toque de laranja - uma receita que, como todas as que se servem nos nossos quiosques, foi esmerada ao pormenor, depois de muito provar e bebericar. Ou o leite perfumado, um dos sucessos dos dias quentes, e que se bebe com igual prazer depois de aquecido. Como um abraço que vem de dentro...

E depois vieram as sopas. Ou, numa terminologia mais correcta, "cremes" de legumes diversos que dispensam a colher de sopa e são servidos no copo de cappuccino. Para desfrutar numa das cadeiras das nossas esplanadas ou mandar goela abaixo naqueles dias em que a hora de almoço se esfumou sem darmos conta. Isto sim, é "fast food" no seu melhor. Porque são cremes mas não deixam de ser substanciais e reconfortantes...

Cremes que variam diariamente, podendo ser de cenoura, abóbora, alho-francês, feijão branco, feijão verde, bróculos, ervilhas ou courgette, por exemplo. Num aspecto não esperem variações: são sempre preparados utilizando os melhores produtos nacionais. O creme do dia é de cogumelos e está excelente. Palavra de honra.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

No princípio, era o refresco


A VONTADE | Lisboa clama com urgência por personalidade, memória e savoir vivre. Num tempo em que as cidades lutam contra a invasão automóvel e a centralização comercial fechada sobre si própria, propomos a redescoberta de um espaço urbano acolhedor e nosso. Numa época em que a oferta se estandartiza mundial e monotonamente engarrafada, desafiamos a vontade de recuperar sabores próprios e antigos, fresquíssimos, sem conservantes mas bem conservados porque recriados para os dias de hoje. É essa a ideia do Quiosque de Refresco: a recuperação de uma tradição lisboeta, de espaço, de tempo e de sabor.

Poderá um quiosque, essa minúscula estrutura urbana fazer a diferença? Acreditamos que sim. Se esse quiosque recuperar a tipologia tradicional do quiosque lisboeta acolhida na nossa memória, se se apresentar com chique e desfaçatez, se o que servir for diferente de tudo o que existe, celebrando tudo o que somos e fomos – com originalidade.

Eis o que propomos: uma rede de antigos e renovados Quiosques de Refresco, em versão requintadamente ambiciosa, oferecendo uma selecção de bebidas frescas, antigas, renovadas ou criadas. Sempre disponível para dois dedos de conversa, entretém de uma espera, e saciando um desejo de frescura.

A IDEIA | A ideia já tinha surgido antes. Mas foi quando a CML colocou a concurso a concessão de três quiosques antigos no centro da cidade, que decidimos levá-la avante. Concorremos e ganhámos a concessão para a exploração dos Quiosques do Príncipe Real, Praça das Flores e Camões. O Quiosque de Refresco é parceria entre Catarina Portas (A Vida Portuguesa) e João Regal (DeliDelux).

OS QUIOSQUES | Ao longo de vários meses, preparou-se e concretizou-se a recuperação dos 3 quiosques. O Quiosque do Príncipe Real ganhou janelas de guilhotina em madeira, pedras de lioz novas e avivou o seu cor de rosa original. O Quiosque das Flores viu partir o interior em fórmica e ficou forrado a mármore branco; o seu chapéu ganhou cor beringela. O Quiosque do Camões veio das Amoreiras e aterrou de grua após um mês em estaleiro. A sua cúpula original foi integralmente recuperada e tem também uma base nova em serralharia, semelhante à que terá tido na origem. Todos ganharam iluminação nova. Para equipar os interiores dimunutos, todo o equipamento de frio teve que ser desenhado à medida. Finalmente, a 13 de Abril de 2009, estão prontos e abrem ao público.

OS REFRESCOS | O Quiosque de Refresco aposta numa oferta original para os tempos que correm: as bebidas frescas, ou seja, os refrescos tradicionais lisboetas. Até à invasão dos refrigerantes engarrafados e estandartizados nas últimas décadas, em Lisboa usava-se beber bebidas frescas baseados na arte antiga e sábia dos refrescos. Sem aditamentos químicos, doseando ingredientes naturais, os refrescos tinham a particularidade de, como o nome indica, em mais do que um sentido, serem bebidas frescas, preparadas no próprio dia. As receitas que pesquisámos em antigos manuais culinários e temos vindo a experimentar são muitas e variadas e os seus nomes guardam-se ainda na memória de muitos lisboetas.

Num mercado cada vez mais igual, cremos que este tipo de oferta diferente, especial e recorrendo exclusivamente a ingredientes naturais, fazendo eco da tradição – mas uma tradição renovada e com apresentação sofisticada – pode representar uma vantagem, cultural e de charme também, para a cidade de Lisboa.