quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"Pequenas lojas de inspiração oriental"

"Sabia que... A introdução de quiosques na nossa cidade data de 1869 e deveu-se a Tomás de Melo, uma figura muito interessante do meio cultural da época. Eram pequenas lojas, de inspiração oriental que vendiam sobretudo bebidas, tabaco, revistas e outros artigos utilitários. Hoje mostramo-vos o Quiosque de São Paulo, situado na Praça com o mesmo nome. Interessante será reparar nas placas de bebidas de outrora, que ainda anuncia: capilé, pirolito, castanheira e "gazosa"."
© Ana Luísa Alvim para CML

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Da cultura de café lisboeta

"Nesse tempo vivia-se nos cafés. Não se entrava apenas para comer um dos célebres bifes ou beber uma bica. Eram locais para passar grande parte do dia — e da noite, por entre uma ida ao cinema. Neles habitavam escritores, poetas, cineastas, críticos, jornalistas, estudantes, pensadores e aspirantes a qualquer uma destas coisas. Falava-se de política, criticava-se o regime, discutiam-se as notícias que chegavam do que se via, ouvia e lia “lá fora”.
O café era de tal forma uma segunda (ou, em alguns casos, primeira) casa que era habitual os clientes receberem telefonemas lá. O telefone tocava, um empregado atendia e perguntava para a sala: “O sr. X está? Chamam-no ao telefone.” O embaixador Francisco Seixas da Costa recorda num texto o dia em que no Monte Carlo alguém brincou e, ligando da cabine telefónica do próprio café, pediu para falar com o general Humberto Delgado. O empregado que atendeu era jovem e não sabia de quem se tratava, pelo que perguntou se o general estava na sala, recebendo de volta um coro de gargalhadas. Mas os telefonemas podiam também ser usados quando alguém queria tornar-se notado e pedia para lhe telefonarem para o café, garantindo que o seu nome seria gritado em alto e bom som.
Um texto do crítico de cinema Eurico de Barros, citado por Margarida Acciaiuoli, descreve a vida no Monte Carlo: “Chegava-se de manhã, comprava-se a imprensa, tomava-se o pequeno-almoço, lia-se um livro, via-se quem estava ou passava.” E, entre um almoço no restaurante, mais leituras à tarde, “cavaqueira com quem tivesse chegado entretanto”, jantar, cinema e “serão no café até às duas da matina, hora de fecho”, passava-se o dia."

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Da gratidão



Ricardo Mealha percebeu os quiosques quando eles ainda não passavam de uma ideia - e apaixonou-se por ela. O designer gráfico e director artístico esteve desde o primeiro momento ao lado de Catarina Portas e João Regal para criar a nossa imagem, com um misto de sofisticação e leveza de que só ele era capaz. Do primeiro logotipo à última carta de refrescos, trabalhar com ele foi sempre uma grande alegria. E por isso lhe estaremos sempre gratos.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A Cadeira Portuguesa

Não é de espantar que suceda mas de muito ver uma coisa, às tantas deixamos de olhar para ela. Mesmo que a usemos para nos sentar todos os dias, como nas esplanadas dos Quiosques de Refresco. Mas está na hora de levantarmos o rabo e pormos os olhos na Cadeira Portuguesa (também conhecida por Cadeira Gonçalo em homenagem ao criador que se assinava ainda Rodrigues dos Santos), como propõe a exposição que inaugura amanhã na Casa de Santa Maria em Cascais. Para ver até 31 de Janeiro, cadeiras metamorfoseadas por criativos nacionais que prestam a devida "Homenagem à Cadeira Portuguesa".
"As primeiras cadeiras terão surgido em Lisboa nos anos 30 e 40 do século XX. Influenciada provavelmente pela escola alemã Bauhaus, mas também pelas cadeiras de tubo de aço curvado de alguns dos pioneiros do design, como Marcel Breuer, Mies van der Rohe e Mart Stam editadas pela Thonet, a fábrica Adico, uma das maiores empresas de mobiliário metálico europeu, desde os anos 30 até aos dias de hoje, produz a cadeira. Como exemplo, temos as capas dos catálogos desenvolvidas por pintores de renome da época.
Com 95 anos de existência, exporta a Cadeira Portuguesa para países tão longínquos como os do norte da Europa, Estados Unidos e Austrália, entre outros. A Cadeira Portuguesa é parte de uma vasta coleção de clássicos que fizeram história na Adico ao longo dos anos e nunca perderam a dinâmica dos novos tempos, pois souberam acompanhar a evolução do mercado e estar na moda."
Texto de apresentação da Exposição de Homenagem à Cadeira Portuguesa na Casa de Santa Maria em Cascais. http://www.cm-cascais.pt/…/exposicao-de-homenagem-cadeira-p…
Fotografia da Adico tirada no MUDE para Cadeira Gonçalo